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Baixa educação profissional impede maior produtividade

O especialista em design curricular e avaliação da aprendizagem Alexandre Nicolini afirmou na última terça-feira (17) que “com apenas 20% dos jovens concluindo a educação profissional fica difícil para o Brasil conquistar índices de produtividade de país desenvolvido”. 

Citando o Anuário Brasileiro da Educação Básica 2024 do Todos Pela Educação, e dados do IBGE, Nicolini destacou que 10% dos estudantes brancos e 20% dos negros não conseguem terminar o ensino fundamental até os 16 anos, e pouco mais de 70% dos estudantes brasileiros concluem o ensino médio. “Esses dados mostram uma evasão crescente entre os jovens, à medida que avançam no ensino básico”, disse o especialista. “E, destes, apenas 10% seguirão para o ensino médio profissionalizante pelo Censo 2023 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – Inep, enquanto outros 20% se matricularão no ensino superior. Os dados mostram que aproximadamente metade deles não integrará a taxa de sucesso, ou seja, não terão o famoso ‘diploma na mão’, e essa é a eterna conta que continua pendurada pelo país”, afirmou. 

Segundo Alexandre Nicolini, “com esses números fica evidente que falta uma preparação minimamente adequada de profissionais para o mercado de trabalho com índices de produtividade competitivos”. Para ele, o quadro se torna ainda mais preocupante, na medida em que 80% dos jovens brasileiros não conseguirão uma vaga no ensino profissionalizante, uma matrícula no ensino superior, um emprego competitivo ou qualquer tipo de emprego formal. “É o caminho natural para se tornarem outros nem-nem-nem: nem estudam, nem trabalham, e nem procuram emprego. E quem pode culpá-los, considerando a atenção ineficaz que o Brasil tem dado a esse problema?”, conclui Nicolini.

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